Estava de férias em Paris com a minha namorada Tatiane Matheus, quando recebemos uma mensagem da querida Lina Garrido sobre o Animalata. Ficamos empolgados. Já na Espanha, no meio de um brain storm, chegamos à conclusão de que íamos fazer algo sobre a magia do cinema. A Tati escreveu o roteiro. A história era uma latinha cansada de sua vida e, quando vê a luz de que saia de uma tela com imagens, transforma-se em animação a partir de filmes que foram ícones da sétima arte. A ideia dela era mostrar que tudo é possível até mesmo para uma simples latinha. Esse curta-metragem fala sobre o poder da transformação.
Para escrevê-lo, ela fez uma pesquisa. Sempre pensando que somente teríamos um minuto. Elegeu os principais filmes e depois cortou as opções pela metade. Ela ficou com Chaplin; Rocky, um lutador; Guerra nas Estrelas, Matrix e Titanic. Estudou as cenas desses filmes e elegeu algumas. Tatiane queria usar, como se fossem palavras dessa latinha-cinéfila, diálogos ocorridos nesses filmes como fonte de inspiração para a reciclagem da personagem. Depois do texto pronto, ela o revisou mais três vezes, sempre lendo em voz alta e cronometrando para saber se o tempo estava correto.
A criação do layout eu fiz ainda na Espanha. A partir das indicações da Tatiane, dei uma pesquisada e desenhei como seria cada latinha. Quando cheguei no Brasil, fiz o storyboard para sentir o filme. Percebi que era necessário acrescentar mais algumas cenas para dar uma melhor continuidade na história.
Depois disso, comecei a preparar as artes do layouts, ou seja, finalizá-la. Tive que estudar as cores dos filmes. Porque eles são de épocas distintas e o granulado é diferente. Nos anos 70, o Rocky, um lutador, tinha a cor mais fria bem diferente de Guerra nas Estrelas que tem uma cor mais quente. Isso tem a ver com direção de fotografia desses filmes.
Já o Chaplin tem o tom de sépia dos filmes antigos.
Por sua vez, Matrix não é todo esverdeado, apesar de em muitos momentos ter essa cor. Ele é uma tecnologia nova para os anos 90. Além disso, ele tem um granulado cinza quase branco alegre que deixa o filme mais vivo - deixando-o mais impactante na tela. Já cena antológica do blockbuster Titanic tem aquele pôr-do-sol de fim de tarde e me inspirei nessas cores. Mas tive de ficar atento, pois é um degradê de cores quentes.
Depois de todas as imagens prontas é feito um trabalho de edição. Pegar todas as cenas e montá-las de acordo com o storyboard do curta. Juntamente com a narração. Eu fiz as animações no Adobe Photoshop e fiz a montagem no Adobe Premiere. Neste filme decidi não usar o After Effects porque não foi preciso usar animação de efeito. Dei uma estudada e vi que foi possível resolver com os filtros do photoshop, inclusive, a espada do Lucky Skywaker.
Fiz a primeira montagem com meu grande amigo Kadijo, Ricardo Faller, percebemos que o áudio estava passando de um minuto. Montamos e já marquei com a Lina para gravar outra vez. Ainda não seria possível nesse dia, como queríamos.
Dois dias depois, à noite, após sairmos do trabalho, Kadijo e eu editamos Cinéfila. Terminamos o trabalho somente à meia-noite. Mandei o filme para a Tati. Assim que recebeu, Tatiane registrou o curta no site. Houve uns minutos de estresse, pois o vídeo havia travado!
Espero que vocês gostem da Cinéfila, a lata!
http://www.festivaldominuto.com.br/videos/32138?locale=pt-BR
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