A animação
é uma longa espera…
Nos últimos
tempos, me dei conta do longo caminho que percorri com a animação. Lembro-me como foi incrível folhear um
flipbook – vendo aquele “boneco” mexer, folha por folha, dando a ilusão de movimento.
A “longa espera” de desenhar quadro-a-quadro, depois filmar os desenhos no
vídeo animation despertou uma paixão. Em 1989, quando iniciei minha carreira,
vi que era animação o que queria fazer, apesar de quando estudava queria
trabalhar com Histórias em Quadrinhos.
Comecei com
lápis, papel e uma mesa de luz! Com o passar dos anos, as ferramentas de
trabalho foram mudando. Hoje, a Cintiq substitui a mesa de luz. Também gosto de
usar a tablet. Volto a ser criança com um App no IPad que é possível desenhar
com o dedo. Para mim, é voltar ao tempo de quando me desafiava desenhando no
escuro ou de cabeça para baixo.
Hoje as
produções são mais rápidas por causa de vários programas (Adobe Photoshop, Toom
Boom, TV Paint, Flash, Maya, entre outros). Muitos desses programas entregam o
desenho pronto. O que diferencia é o conhecimento da animação clássica. Na mesa
de luz precisamos saber interpretar um desenho ao outro. Temos de tomar cuidado
para não deixar um desenho pronto sem “interpretação” e sem alma. Acompanhei o
final do acetato e o início do uso de computadores.
Pré-história
- Primeiro desenhávamos no papel, depois o desenho era fotocopiado no acetato. Virávamos o acetato ao contrário e
pintávamos. Havia vários tipos de tinta. Depois de seco, ele ia para uma mesa
chamada Tabletop onde já estava um cenário pronto, que na época era feito por aerógrafo.
Os acetatos eram colocados um por um neste cenário para ser filmado
quadro-a-quadro na tabletop.
Depois veio
o Flash. Fazíamos animações para sites no final dos anos 90. Ainda
desenhávamos no papel, na mesa de luz. Os desenhos eram escaneados para serem animados.
Tínhamos a preocupação de não animar muito para que as imagens não ficassem
muito pesadas e fossem difícil para carregar a página web.
Dos
programas que mais gosto de usar é o Adobe Photoshop porque os pincéis são diversificados.
Não é um programa burocrático. Prefiro animar no photoshop porque tenho a sensação
que estou na mesa de luz e tenho mais liberdade de trabalhar da maneira que eu
quero. Já o que me encanta no Toom Boom é a velocidade que ele dá para produzir
uma série de desenho animado em 2D digital porque ele faz a trajetória do
primeiro ao último desenho – poupando trabalho.